domingo, abril 20, 2014

VISITA PASCAL

É Dia de Páscoa é dia de celebrar a Ressurreição de Jesus e de levar esse anúncio aos lares das várias comunidades cristãs da nossa freguesia.

Esta tradição religiosa bem arreigada na comunidade cristã da nossa Freguesia. Em tempos idos, no dia de Páscoa, o prior da paróquia visitava os seus paroquianos desejando-lhes “Boas Festas”. Desde há alguns anos a esta parte a visita fica a cargo dos membros da comissão da Igreja de Lavegadas, que se realiza sempre ao Domingo e após a missa dominical.

É um dia muito importante pois além de as famílias se reunirem, isto é, os familiares que moram noutros locais retornam à sua aldeia afim de vir beijar a cruz, estreia-se a roupa nova, são feitas as limpezas de véspera e confeccionados os tradicionais bolos da Páscoa.
No fim da solene eucaristia, ao som do repicar festivo dos sinos da igreja paroquial e do estalejar de foguetes (embora neste momento os foguetes já não se utilizem pois era necessário uma pessoa credenciada para os lançar) a anunciar a saída da Visita Pascal, dá-se início a tão agradável quão exímia tradição.

Espera-se olhando para a casa do vizinho que antecede a nossa, sabendo que esta já anda na rua, visita-se a casa do vizinho para lá beijar a Cruz ou dos outros familiares da aldeia e por lá se fica a provar o vinho e os aperitivos que foram colocados para os senhores que andam a dar as boas festas.
A comitiva é normalmente constituída por quatro “figuras” fundamentais envergando todas elas uma opa:
1. A pessoa que transporta e que segue à frente a tilintar a campainha, anunciando a chegada,
2. A pessoa que transporta a Cruz,
3. A pessoa que carrega a caldeira da água-benta,
4. E por fim quem recebe o “folar”.
E lá se vai, de casa em casa, desejando uma “Santa Páscoa” a todos os paroquianos, familiares e amigos. Esta tradição sobrevive porque têm raízes bem profundas e porque satisfaz uma necessidade humana, social e religiosa. A entrada de cada casa está geralmente embelezada com variadas flores, destacando-se o rosmaninho e alecrim e as cangorças que exalam um inebriante aroma; a casa está impecavelmente limpa, alindada e cheirosa; a família está reunida na sala, e aí se beija, com devoção, a cruz paroquial adornada e perfumada, enquanto a pessoa que transporta a cruz procede à bênção, para logo a seguir, por entre “boas-festas” e “aleluias”, cumprimentar e saudar, um a um, todos os membros da família e amigos. Depois da oferta do “folar” e de toda a gente ter beijado a cruz, na mesa coberta pela melhor toalha, são servidos os doces da época e as mais típicas comidas e bebidas para todos poderem confraternizar por breves momentos, momentos alegres e festivos, mas imperativamente breves, pois têm de prosseguir o itinerário habitual para entrar em todas as casas que o esperam de portas abertas.
Quando termina a visita pascal a toda a freguesia a comitiva recolhe a fim de ver quanto “tirou de folar” e para fazer um balanço da visita.