segunda-feira, outubro 01, 2007

Marcelo Nuno sugere demissão de Jaime Soares

O antigo presidente da Concelhia de Coimbra, Marcelo Nuno, diz que «ninguém de bom senso» pensará que a Distrital, liderada por Jaime Soares, tem condições para continuar em funções, depois da vitória de Menezes.
Os efeitos da vitória de Luís Filipe Menezes nas directas da última sexta-feira começam a fazer sentir-se no PSD distrital. Marcelo Nuno, antigo presidente da Comissão Política de Coimbra, quer que o presidente da Distrital e apoiante de Marques Mendes, Jaime Soares, retire as devidas ilações políticas do resultado. Sem exortar directamente à demissão de Soares, o vereador da Câmara Municipal de Coimbra é taxativo: «Ninguém de bom senso pensará que esta Distrital tem condições para continuar. Não tem apoio das duas maiores concelhias do distrito, da maioria dos presidentes de Câmara e da nova Direcção Nacional do partido.
Marcelo Nuno diz que as directas trouxeram um «novo ciclo político», com «oposição mais aguerrida e combativa», pelo que tem que existir «sintonia» entre os órgãos nacionais e distritais. «Os apoiantes de Marques Mendes perderam em toda a linha, pelo que é preciso uma mudança», reitera, deixando claro, todavia, que «as pessoas têm que sair com dignidade».
«O partido deve muito a Jaime Soares pela dedicação que sempre teve, mas já não há condições», observa, adiantando que o resultado da última sexta-feira reflecte «a vitória das bases sobre a nomenclatura».

Na concelhia de Coimbra do PSD, Luís Filipe Menezes ganhou a Marques Mendes por 341 votos contra 186, embora no distrito o candidato derrotado tenha arrecadado mais votos: 902 contra 772. Menezes superiorizou-se ao seu adversário nas cidades de Coimbra, Figueira da Foz e Cantanhede e ainda nos concelhos de Condeixa, Tábua e Góis.
Menos incisivo, mas ainda assim em clara convergência de opinião com Marcelo Nuno, Paulo Pereira Coelho, mandatário distrital de Marques Mendes e antecessor de Jaime Soares na Distrital, entende que «as pessoas que tomaram posições claras devem tirar ilações dos erros cometidos». «Está à vista tudo o que se passou», salienta, encontrando algum paralelismo entre as directas e as eleições intercalares de Lisboa. «Espero que os maus exemplos dados pelo dr. Marques Mendes não façam escola», alerta, exortando, assim, as pessoas a serem «dignas de si próprias».
«Tomaram opções com a liberdade que lhes assistia, mas com essa mesma liberdade devem ter a responsabilidade de assumir os seus actos», conclui.