sexta-feira, maio 29, 2009

Quase metade das escolas vai falhar prazo para eleger directores

A abertura dos concursos para o provimento do lugar de director, o órgão unipessoal que nas escolas do básico e secundário irá substituir os conselhos executivos. Por decisão do Governo, esta nova transfiguração teria de estar consumada no domingo, mas pelo menos quase metade dos agrupamentos e escolas não-agrupadas deverão entrar em Junho sem ter eleito ainda os seus directores.


Interferência autárquica

A nova lei concentra numa só pessoa os poderes que antes pertenciam a órgãos colegiais. Mas o que verdadeiramente a preocupa não é tanto o risco de uma deriva autoritária nas escolas, embora admita que ele exista, mas sim o facto de a eleição dos directores poder vir a ser determinada mais por "interesses políticos" do que pelo bem-estar da escola.

Eleita a 23 de Abril, Eduarda Carvalho, directora do agrupamento de escolas de Vila Nova de Poiares, também já presidia ao CE e vai manter-se à frente, "apesar de ser absolutamente contra o novo regime", porque foi isso que lhe pediram, em abaixo-assinado, os docentes e funcionários do agrupamento.
Serão os novos directores, eleitos pelo conselho geral, que nomearão todos os coordenadores de escola e de departamento, que antes eram eleitos pelos seus colegas, determinando assim também a composição do conselho pedagógico.

Ela já decidiu: "Vou cumprir a lei, mas não tenciono usar os poderes que me são conferidos.
Vou continuar a ouvir de perto os meus colegas, a apoiar as minhas escolhas em eleições prévias entre pares".

A nova directora não tem dúvidas de que só assim se conseguirá "alguma coisa boa para a escola e para os alunos", o que tanto falta faz depois deste ano lectivo particularmente conturbado. "Tudo o que se passou minou o bem-estar das escolas".
O seu agrupamento e o de Oeiras figuram entre os que se opuseram ao novo modelo de avaliação decretado pelo Ministério da Educação. Com o ano lectivo a chegar ao fim