terça-feira, janeiro 15, 2013

A Gilbarbeira e o Azevinho

Gilbardeira ou Gilbarbeira

Gilbardeira ou gilbarbeira (Ruscus aculeatus L) família das Liliáceas

Também conhecida por erva-dos- vasculhos, azevinho-menor ou pica-rato, esta planta pertence à família das Liliáceas.
Em Inglês é conhecida por butcher’s broom, pois era utilizada pelos carniceiros, nos talhos para limpar as bancadas de madeira.
É uma planta perene arbustiforme, vivaz, de caule verde, erecto, glabro (desprovido de pêlos), densamente provido de ramos foliáceos (cladódios) na extremidade com folha verde-escura, coriácea, alterna e com espinhos, flores esverdeadas (Setembro a Abril), muito pequenas que se desenvolvem na axila de uma pequena bráctea situada no centro dos cladódios (estes cladódios são muitas vezes confundidos com folhas mas na realidade são caules transformados), baga redonda vermelha, sabor adocicado e depois amargo.
O rizoma apresenta-se oblíquo e nodoso exalando um cheiro pouco intenso a terebintina.
Forma moitas espessas, frequentemente impenetráveis devido à rigidez dos seus ramos axilares, foliáceos e espinhosos.
É comum na Moura Morta e antigamente não havia casa nenhuma que não tivesse uma vassoura de Gilbarbeira.
É comum na zona Atlântica até à Europa Central e Meridional, Sudoeste Asiático, Norte de África, em Portugal cresce espontânea em quase todo o território em solos calcários e bosques até 700 m. Não é muito resistente ao frio intenso.
É no entanto uma espécie protegida devido ao corte abusivo de que tem sido vítima, sobretudo na época Natalícia, quando apresenta as suas bonitas bagas vermelhas e brilhantes, tão atraentes também para os pássaros.

História
Apesar de ser mais utilizada no fabrico artesanal de vassouras que se utilizam ainda muito em certas zonas do nosso país, a gilbardeira apresenta propriedades medicinais.
Era já muito usada na Antiguidade e conhecida do médico Grego Dioscórides no século I d. C. que a denominava de Ruscus e a utilizava como estimulante do aparelho urinário para tratar cálculos na bexiga, icterícia e dores de cabeça.

Componentes e propriedades
Hoje em dia utilizam-se principalmente os rizomas e as raízes, as bagas não são comestíveis nem têm interesse medicinal.
Contém saponósidos, flavonóides, óleos essenciais, resina, cálcio, potássio.
Os saponósidos são responsáveis pela eficaz acção venotónica, tão boa como o castanheiro-da-índia, os flavonóides têm uma acção diurética e protectora dos capilares.
Usa-se no tratamento de hemorróidas, varizes, pós-flebites, fragilidade capilar e outras insuficiências crónicas venosas, pode ainda ser usada nas inflamações pélvicas e no tratamento de problemas urinários por aumentar a diurese.
Utiliza-se ainda na preparação do xarope das cinco raízes, do qual fazem também parte a salsa, o funcho, o aipo e os espargos.
No jardim.
É plantada como planta ornamental e em sebes.
Precauções
Caso se ingiram acidentalmente as bagas, estas podem causar vómitos, diarreia e convulsões.
Quando usada para fins diuréticos é importante ter em conta a existência de hipertensão, cardiopatias ou insuficiência renal moderada ou grave.

O azevinho



O azevinho (Ilex aquifolium)

O azevinho não é das plantas mais utilizadas em fitoterapia, apesar de ser uma planta com algum interesse nesta área, não faz parte do léxico de plantas aconselhadas pelos fitoterapeutas ou naturopatas, mas chegou a ser utilizada para tratar a febre, como tónico, diurético,  no alívio de dores reumáticas, bronquite crónica e perda de apetite.
É uma planta de crescimento muito lento, de difícil propagação e que pode viver para além dos 300 anos.
 É protegida por lei desde o início de Dezembro de 1989 em Portugal (Decreto - Lei n.º 423/89 de 4 de Dezembro), devido principalmente à sobre colheita na época natalícia, o mesmo acontece com o ruscus e o próprio teixo tão cobiçado para a realização das coroas de Natal que se penduram nas portas nesta época festiva. A procura e corte do azevinho fêmea aumenta, pois é esta que possui as bagas vermelhas e não o macho. O azevinho encontra-se em vias de extinção, pois as pessoas, ao cortarem apenas o azevinho fêmea, deixam o azevinho macho sem fêmea para se reproduzir. É uma espécie dióica (plantas masculinas e femininas distintas). Os frutos aparecem só nas plantas femininas.
Ha varios exemplares na Moura Morta trazidos de diversos locais do país. Na barreira da Vinha ha varios trazidos de uma encosta de Vila Praia de Ancora que foram replantados e que se têm dado muito bem. Outros exemplares foram adquiridos em viveiristas.

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